Fisioterapia Respiratória em bebés e crianças

Infeções respiratórias nos bebés e crianças – importância da fisioterapia respiratória e do ensino de cuidados aos pais (lavagem nasal)
Uma das maiores preocupações dos pais e cuidadores nesta época do ano são as alterações respiratórias dos bebés e crianças e as suas implicações na qualidade de vida e na dinâmica familiar.
É frequente, com a chegada do tempo frio, o maior número de vírus em circulação e a entrada das crianças no novo ano lectivo, aparecerem infeções respiratórias recorrentes e com isto a necessidade de faltar à escola e consequentemente ao trabalho por parte de quem cuida.
A Fisioterapia especializada apresenta um papel de importância, quer na tentativa de diminuir alguns sintomas decorrentes destas condições, assim como no ensino aos pais de cuidados que se podem tornar fundamentais no evitar do aparecimento de quadros mais complicados e mesmo no aumento da qualidade de vida durante todo o ano e em especial em alturas críticas para o trato respiratório.
A desobstrução das vias aéreas superiores e a correta lavagem nasal, têm vindo a mostrar a sua enorme vantagem na ajuda da diminuição das infeções respiratórias. Um bebé ou uma criança com a via aérea superior desobstruída tem menor probabilidade de criar um quadro respiratório agudo, prolongado e consequente uso de medicamentos, incluindo antibióticos.
No caso da bronquiolite aguda, a desobstrução rinofaríngea retrógrada (DRR), técnica utilizada pelos fisioterapeutas respiratórios, demonstrou ter um efeito imediato mais eficaz, com um alívio rápido dos sintomas e menores efeitos adversos do que a aspiração nasofaríngea.
As guidelines da Academia Americana de Pediatria recomendam a lavagem nasal não invasiva no lugar da aspiração nasal, no caso das bronquiolites e nos seguintes casos:
- Secreções ou congestão nasal
- Sinais de sofrimento respiratório (ex. ruídos nasais, roncos, chieira, taquipneia)
Enquadramento da bronquiolite em Portugal
Num estudo desenvolvido por investigadores do CINTESIS – centro de investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde, verificou-se que, em Portugal, a taxa de internamentos de crianças devido a bronquiolites agudas está a crescer, sendo que é no Norte e Centro do país onde se registam as taxas de hospitalização mais elevadas – 26 e 27 internamentos por 1.000 crianças com menos de dois anos, respetivamente. Estes números correspondem a cerca de 20% das admissões hospitalares de crianças com menos de dois anos. O vírus sincicial respiratório é um dos principais causadores de doenças respiratórias na criança, sendo o causador de 40% dos casos de bronquiolite. Segundo esta equipa de investigadores existe ainda uma prescrição excessiva de exames de diagnóstico e de tratamentos considerados ineficazes.
“Os sintomas iniciais de bronquiolite são corrimento e obstrução nasal e tosse seca, de agravamento progressivo. A respiração pode tornar-se ruidosa e sibilante (pieira, “gatinhos”) e alguns bebés desenvolvem esforço respiratório. “Os pais devem estar atentos aos sinais de agravamento, como respiração mais rápida, ofegante e sinais de esforço (balanceio da cabeça, gemido, covinhas no pescoço, costelas marcadas) e ao aparecimento de pausas respiratórias”. O bebé pode também apresentar alguma dificuldade na alimentação e na ingestão de líquidos.
Na Clínica Neurodor, em Vila Nova de Famalicão, apostamos numa equipa clínica especializada, com acompanhamento individualizado e assente num modelo de Saúde Baseada em Valor.
- Lúcia Costa -
Fisioterapeuta da Clínica Neurodor
Especialista em Fisioterapia Respiratória Pediátrica
Referências bibliográficas:
Alexandrino AS, et al (2016). Impacto f caregivers´ education regarding respiratory infections on the health status of day-care children: a randomized trial.
Alexandrino AS, et al (2017). Caregiver´s education vs rhinopharyngeal clearance in children with upper respiratory infections: impacto n children´s health outcomes.
Gomes GR, et al (2016). Rhinopharyngeal retrograde clearence induces less respiratory effort and fewer adverse effects in comparison with nasopharyngeal aspiration in infants with acute viral bronchiolitis.
Norris CL, et al (2018). Nasal airway clearance for bronchiolitis.

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